terça-feira, julho 04, 2006

Vouga Line

Linha do Vouga - Vila da Feira - Julho 2006

Pura e selvagem, seriam os adjectivos mais adequados para qualificar esta linha que partindo de Aveiro ou de Espinho, se volta para o interior, embrenhando-se por entre os montes.
Curva contra curva, entre subidas e descidas o comboio atravessa campos , fábricas e cidades. Ao passar nas passagens de nível sem guarda buzina freneticamente quer seja meio dia ou sete da manhã!!
Ao passar a última cidade, restam campos de cultivo, florestas e um trilho que, esquecido continua a resistir à natureza que se vai aproximando e ao monstro de ferro que por ele vai passando 4 vezes ao dia. E ao percorrer este cenário de abandono chega-se a Sernada, onde caminho-de-ferro e rio se cruzam e onde o abandono é ainda maior!
Aqui tudo pára. O viajante é obrigado a sair e é-lhe imposto o cenário de aúreos tempos em que o comboio seguia par Viseu. Hoje já não vai a lado nenhum e os que ali se encontram parados esperam ao abandono e meditando se algum dia voltarão a andar...

4 comentários:

PM^ disse...

Não, a culpa nem sempre é do maquinista, aliás se estiver algo na linha a culpa é da BESTA que lá coloca as coisas porque é impossível parar um bicinho daqueles em menos de 250m!!

JOKAS

mcnuno disse...

... pois que estou na sua senda e um destes dias vou-me misturar com a sua essência ...

trainzeiro disse...

Este blog é muito bom !

gpm disse...

Não estão a ler nas entrelinhas! A verdadeira mensagem por detrás deste blog e deste post:

Impura, mas selvagem, seriam os adjectivos mais adequados para qualificar esta administração da CP que partindo as linhas de Portugal, se volta para o (seu) interior, embrenhando-se por entre os montes (de estupidez).
Curva contra curva, entre subidas e descidas o orçamento atravessa pantanais, desertos e abismos. Ao passar nas passagens de contabilidade sem guarda buzina freneticamente quer seja meio dia ou sete da manhã!!
Ao passar a última avaliação, restam campos de abandono, mato e um trilho que, obscurecido continua a ceder à natureza destas coisas que se vai aproximando e ao monstro de ferro que vai comandando as operações 24 horas por dia. E ao percorrer este cenário de abandono chega-se a Catástrofe, onde futuro e desolação se cruzam e onde o abandono é ainda maior!
Aqui tudo pára. O viajante é obrigado a sair e é-lhe imposto o cenário de aúreos tempos em que o comboio seguia para Viseu. Hoje já não vai a lado nenhum e os que ali se encontram parados esperam ao abandono e meditando se algum dia voltarão a andar...