Ora, a designação do vagão não me lembro de cabeça - Devesas - Janeiro 2006Domingo, V.N. de Gaia, 4ºC, neva em grande parte do país.
Por entre caminhos diferentes daqueles que conheci, mas aos quais rapidamente me habituei, dirijo-me para ver algo novo.
No meio deste cenário, reparo que o vento parou e o sol faz-se sentir na pele.
Muito agasalhado sinto o calor que ele faz chegar até mim.
Percorro curioso, um caminho “louco” que alguém inventou após um almoço numa tasca junto à Serra do Pilar, fortemente regado com um líquido produzido lá prós lados do Douro.
“Será lícito estourar dinheiro do povo em coisas sem princípio e fim, onde só o meio é que existe?
Mas se assim é, como vim aqui parar?”
Pela estrada continuo e desaguo numa linha férrea (para não variar).
Curioso este cenário…
Ao manter o trajecto a direito saio do pavimento em betuminoso e piso agora a tão típica brita, balastro de uma das minhas paixões…
Estou nas Devesas.
Não vim vestido para “grandes festas” mas, com cuidado para não sujar aquilo que tão carinhosamente me foi dado, subo para cima de um vagão plataforma.
O sol, mais uma vez apresenta-se, materializando a minha sombra sobre o dito.
Eis-me então…
1 comentário:
"
Shadows grow so long before my eyes
And they're moving across the page
Suddenly the day turns into night
Far away from the city but don't hesitate
'Cause your love won't wait hey
Ooh baby I love your way every day
Wanna tell you I love your way every day
Wanna be with you night and day
"
As sombras são um dos mistérios insondáveis que nos obriga a meditar, reflectir, perseguir "um não sei quê que nasce não sei aonde".
As sombras são a nossa projeccão quando expostos ao sol.
As sombras são a melhor forma de sabermos que existimos... Este post está fabuloso, e explica-me: A estrada fez desaparecer a antiga linha General-Torres Devesas?? É um dos trocos de que mais gosto, e que tenha eventualmente a mais confortável imagem do Porto que guardo após longas, cansativas e dolorosas viagens ao sul do País.
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